I Coríntios: capítulo 5

Imoralidade na Igreja em Corinto

O problema (v.1-3) : : Paulo inicia o capítulo declarando que entre os coríntios havia imoralidade. A palavra grega usada pelo apóstolo é porneia, palavra usada para designar lascívia e imoralidade sexual. Parece haver alguém na comunidade que estaria mantendo relações sexuais com a mulher de seu próprio pai, prática esta condenada com morte pela Lei (Lv.  18:7-8 e 20:11).

Havia, basicamente dois problemas entre os coríntios em relação à esta questão. O primeiro era a imoralidade em si. O segundo é que os coríntios não apenas toleravam que entre eles houvesse este tipo de prática, mas se orgulhavam disto (v. 1-2).

Esta tolerância entre os coríntios é absurda sob o ponto de vista cristão. Os coríntios pareciam terem aderido à uma frouxidão moral sem precedentes ao tomarem uma postura tolerante acerca de tamanho escândalo, condenado inclusive pelos gentios, já que a própria lei romana condenava o incesto.

A solução (v. 4-7) : : a resolução apresentada pelo Apóstolo ao problema da imoralidade dentro da comunidade é dura e incisiva: entregar o homem à Satanás (v. 5), o que literalmente significa, que o imoral precisa ser formalmente excluído da comunhão da Igreja. Halley aponta dois motivos para que tal medida seja tomada – primeiramente para servir de exemplo, afim de que esta prática não se generalize na comunidade; o outro era a esperança de levar o culpado ao arrependimento. Fora da comunhão o pecador reverá seus atos pecaminosos e voltará atrás em seu estilo de vida centrado no pecado, fazendo valer todos os desejos da carne.

É interessante notar que Paulo não toma decisões arbitrariamente, mas chama toda a comunidade coríntia para que cuidem juntos para solucionar a questão (v. 4).

O pecado de um só, afeta toda a comunidade. A vida cristã é uma vida comunitária, vida partilhada entre todos na família de Deus. Paulo Apóstolo sabe disto e alerta sobre o pouco fermento que leveda toda a massa. O fermento é símbolo de corrupção (Gl. 5:9 e Mt. 16:6) ao contrário do pão ázimo que simboliza pureza (v. 8). É necessário, portanto retirar todo fermento do meio da massa para ela ficar nova (v. 7).  Aqui se tem o exemplo de moral paulina – tornem-se aquilo que vocês já são – quanto ele diz que já somos sem fermento, então tiremos de nós o fermento que nos corrompe. Jesus Cristo, nossa Páscoa (v. 7), nos fez massa nova é assim devemos viver.

O conselho (v. 9-13) : : no verso 9 Paulo ratifica um conselho dado em uma carta anterior perdida para nós. Os crentes não devem ter relações com impuros. Porém o alerta do Apóstolo não se refere às pessoas que nos cercam em nosso cotidiano enquanto homens e mulheres na sociedade (v. 10). Paulo não chama os coríntios a uma vida de reclusão social, mas sim não devemos nos associar com aqueles que se dizendo irmãos praticam as mesmas atitudes pecaminosas dos que não pertencem à Igreja. (v. 10 e 11)

Cabe à Igreja disciplinar a Igreja. A vida ética dos crentes coríntios era do interesse dos crentes coríntios, eles deveriam refletir acerca de suas ações e com o auxilio do Espirito Santo e dos conselhos apostólicos acerca da vida cristã, decidir sobre a corrupção moral em seu meio (v. 12). O julgamento do verso 12 é fala estritamente, segundo o Manual Broadman, à respeito da disciplina eclesiástica, disciplina esta que cabe à comunidade como um todo. À Igreja, a disciplina dos de dentro da comunidade, à Deus cabe julgar os de fora da comunidade (v. 13).

A exortação do apóstolo termina tão enérgica quanto no início do capítulo – “Expulsem este perverso do meio de vocês” – numa clara chamada à disciplina interna da comunidade. (Dt. 17:7, 19:19, 21:21, 22:21-24 e 24:7).

Para refletir:  “Se você encontrar uma igreja perfeita, não entre nela. Você vai estragar.” (Howard Hendricks)

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